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08/06/2016

Uma Crônica Sobre o Amor


Era mais um dia comum, em um aeroporto comum, a metrópole comum. Pessoas correndo de um lado para o outro, atentas ao seu próprio horário. Tudo ocorria da mesma maneira banal de sempre, mas tudo mudou quando vi uma garota. Ela estava com quem pareciam ser seus pais, eles estavam esperando a chegada de um voo que vinha do exterior. Quando encontraram com as pessoas que esperavam, percebi que estavam se conhecendo naquele momento. Houve os breves apertos de mão, os abraços e os “como foi a viagem? ” de sempre, mas percebi que era algo diferente do comum. A garota não estava apertando mãos como seus pais, ela estava dando o que parecia o abraço mais sincero de toda sua vida em um garoto, eles pareciam íntimos mesmo que nunca tivessem se visto pessoalmente antes. Como estava sentado próximo a eles, ouvi-os dizendo que o próximo voo sairia dali duas horas e que deveriam fazer algo nesse intervalo de tempo. Os vi ir até a lanchonete do aeroporto, sentarem todos em uma única mesa e conversarem pela primeira vez, não me pareceu muito natural de início pois pareciam um pouco nervosos, exceto o garoto, ele pareceu muito confortável, porém acho que foi o fato da garota estar junto dele, os dois pareciam felizes e à vontade juntos.

Parei de os observar e me concentrei em minha própria vida, quando deu onze e meia, me levantei e caminhei até o local onde poderia fazer o check-in. Estava prestando atenção na música que tocava no celular quando vi os dois passarem ao meu lado. Era aquela garota e seu amigo. Eles pararam para ver os horários dos voos e, depois de alguns segundos se abraçaram novamente. Ela parecia nervosa e triste, percebeu que teria de se despedir do garoto logo. Ele, por outro lado, estava calmo e sereno. Pode ter sido uma cena comum, mas para mim não foi, ele segurou a mão dela e a beijou, foi rápido, mas me pareceu sincero, abraçou-a e o vi dizer a ela que ficaria tudo bem, que eles ainda ficariam juntos. Ela estava prestes a chorar, mas decidiu não o fazer e simplesmente sorriu. Eu estava parado com o celular na mão quando eles passaram novamente ao meu lado, mas dessa vez de mãos dadas, como se aproveitassem cada segundo que ainda os restava juntos. Depois, eu abri o bloco de notas e escrevi sobre isso, apenas para dizer que ainda há esperanças para o amor, até mesmo para aqueles que tem medo. O amor não deveria ser tratado como banalidade nos dias de hoje, mas sim como raridade.

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